Sexo na adolescência: amor ou moeda de troca?
Muito se ouve: "As coisas mudaram e é normal os jovens terem a vida sexual deles". No entanto, essa normalidade e muito mais aceita na casa do vizinho. Ainda é difícil para a maioria das famílias lidar com a sexualidade do filho adolescente.
Apesar de estarmos em pleno 2014, as dúvidas mais freqüentes e conflituosas ainda são dos pais das garotas. Afinal, existe uma idade mínima para se começar a ter relações sexuais de forma saudável? Como lidar com essa questão?
A iniciação sexual dos jovens vem ocorrendo em média por volta dos 14 anos. Mas alguns se iniciam com 11, 12 e (infelizmente muitas vezes antes disso), e também vamos encontrar os que se iniciarão com 15, 16, 18 ou mais.
Não dá para dizer que exista uma idade correta, a psicóloga e educadora sexual afirma que uma iniciação sexual muito precoce, em geral, ocorre sem maturidade necessária para viver o sexo com responsabilidade. Daí o grande número de grávidas na adolescência, sem contar o enorme risco de doenças sexualmente transmissíveis e a imaturidade para encarar relacionamentos.
Na maioria das vezes existem motivos específicos para a iniciação sexual, principalmente nas mulheres, entre eles:
1º) O mito do 'príncipe encantado', o grande amor eterno. Entregar-se sexualmente ainda costuma ser traduzido pelo mito da prova de amor.
2º) O medo de que se não ceder sexualmente poderá ser considerada(o) 'regulada'(o); Para os garotos muitas vezes há o medo de ser considerado gay e acabar perdendo alguém de quem gosta ou de alguém legal pra ficar.
3º) Querer perder a virgindade para se sentir mais 'respeitada'(o), mais adulta (o).
4º) Se iniciar para poder fazer parte do grupo dos 'que sabem', mesmo que essa iniciação seja algo sem desejo e afeto.
A psicóloga tem uma preocupação especial com jovens que se mobilizem para a vida sexual pelos motivos 2, 3 e 4, pois são jovens que não vivem o respeito pessoal, em geral têm auto-estima rebaixada e vivem em busca de aprovação externa.
Esses jovens conversam pouco sobre sua vida pessoal com os pais, ou com alguém mais maduro, ou às vezes têm como referência de vida, da própria família, a necessidade de ser aprovado pelos outros.
Essa vulnerabilidade pode ser preocupante, pois sexo sem proteção; drogas; comportamentos marginais; tudo isso pode fazer parte das 'provas' para se fazer parte da turma ou ser aceito por ela.
Qual o melhor caminho a seguir?