A geração WhatsApp está com tudo
e não está prosa. Aliás, prosear é o que eles menos querem. Eles querem apenas
teclar. Saber tudo da sua vida pela tela, saber seus gostos, desgostos e
segredos. E quando rola um encontro real, se é que rola, não se tem muito o que
conversar.
É
claro que o WhatsApp facilita,
em alguns momentos, a vida com os amigos, namorados e família. Mas para isso
realmente acontecer é preciso ter contato real e de verdade. Aí sim, neste
caso, o aplicativo é apenas um complemento, só que muitas vezes ele acaba se
tornando o contato mais importante.
Notícias,
fofocas e confidências são feitas por ele, afinal, é tudo ali, no ato e rápido.
O
problema é quando você conhece alguém por aí na vida, na balada ou no clube e a
pessoa pede o seu WhatsApp e
não sai disso. Te manda mensagens diárias, te dá bom dia e boa tarde, pergunta
o que você está comendo e até se apaixona por você, tudo pelo aplicativo.
Muitas
vezes a pessoa te conhece pelo Facebook,
pede seu WhatsApp e
dali começa uma relação louca e virtual, onde a pessoa mostra fotos do corpo,
do prato que está comendo, dos lugares que está frequentando e até fotos de
partes íntimas. Você já sabe a forma, o tamanho e a cor, tudo antes. E você
acaba mostrando para um amigo ou para outros. Partes íntimas, quem não quer
ver?
O
problema é não ter o segredo, a sedução. Parece um catálogo de gente e de
corpos.
Ter
vários amigos no Facebook ou
no WhatsApp,
para muitos, é sinônimo de poder e de popularidade. “Quanto mais contatos eu
tenho, melhor eu sou. Sou mais descolado, sou popular e conhecido”. É como ser
aceito pela turma do colégio, é como ser o capitão do time ou a rainha do
baile.
Mas
a coragem de sair deste mundo supostamente perfeito e ir para o real, onde a
boca seca de nervosismo, o estômago dói de ansiedade e as mãos ficam molhadas
de timidez, falta muito. O olho no olho e o jogo da sedução real são para
poucos.